Sobre a Veja... Realmente um professor ganha mal?

A incompreensão da vivência educativa nos tempos atuais é perceptivelmente alvo de grandes e opressores ataques que tentam em suma coibir e levar o padrão de ensino nacional ao total declínio e desmoralização. Não me refiro aqui a fatos que liguem ao atual governo, mas tal observância cabe ao querido e prezado leitor, porém, nos é necessária perfeita argumentação ante aos fatos expressos especialmente na reportagem da revista VEJA.
O fato de esta se chamar “Veja” não significa que a mesma observa pontos primordiais a imparcialidade e perfeito alinhamento da luta educativa dos últimos tempos, fazendo com que expusesse fatos que não condizem jamais com a realidade e ofendendo a completude de uma classe trabalhadora que auxilia na formação de toda a geração futura de jovens e adultos.
As ofensas não se limitam ao depreciar do fator trabalho, mas da qualidade do exercício da profissão. Anos de estudo e dedicação são resumidos a um título inescrupuloso, sem quaisquer fundamento ou embasamento bibliográfico ou científico.
O autor não se preocupa a expor fatos com caráter de um texto jornalístico fidedigno, gerando revolta a todos os que prezam por um ensino de qualidade.
Após tal explanação se faz necessário que remetamos alguns lembretes ao referido autor:
  1. Para que pudesse chegar onde está, foram disponibilizados a este senhor alguns, muitos professores para que tivesse sua carreira formada.
  2. O total desconhecimento científico da formação de um docente faz com que seu argumento torne-se nulo e eivado de teor político.
  3. Trazer a baila a qualidade das aulas dos profissionais da educação torna-se a maior desonestidade intelectual já observada em um veículo de comunicação nacional, haja visto que maus profissionais são encontrados em todos os cantos do país, até mesmo jornalistas.
  4. Há de se perceber total despreparo para argumentar sobre ganhos salariais de profissionais da educação que ainda após tamanhos esforços para tornarem o ensino não apenas quantitativo, mas qualitativo, ganham menos do que gastaram para que sua formação pudesse ser completada. Salienta-se que o senhor em questão também certamente teve gastos com sua formação.
  5. Tal qual nos apresentou Piaget (1967, p.312) “Neurônios não raciocinam”, daí obtemos o veredito final da formação intelectual deste pseudo-formador de opinião.

A transformação da sociedade é essencialmente humanista, e compõe-se de promover a formação de uma consciência crítica em todas as classes do país, para que assim a mesma possa se libertar da alienação e possa se emancipar econômica e socialmente. Porém tal fato preocupa a alguns setores sociais que visam nada mais nada menos que desconstruir a formação de um país igualitário e moralmente estruturado.
O único motivo explícito para argumentação do autor do texto da revista Veja parece-nos clara e perfeitamente comprometida com a crise política caracterizada por um cenário de total descontrole governista. Tal tentativa de desmoralizar os que contribuem para a formação do pensamento crítico só podem ser entendidos como plena tentativa de retrocesso.
O grande problema é que a sociedade estabelece dicotomias, como trabalho e fruição, produção e consumo, nas quais quem produz - a classe trabalhadora – geralmente não usufrui da totalidade de seu trabalho, enquanto que os maiores consumidores – os capitalistas – usufruem do resultado do trabalho de outros. Para superar a alienação, portanto, é necessário reintegrar esses dois mundos, o espiritual e o material, das ideias e das coisas.” (José Antônio Vasconcelos – Fundamentos filosóficos da educação, p.97)

Entretanto nos resta pensar, será que este senhor teve um aprendizado prazeroso em sua formação para hoje se fazer de paladino da moral e bons costumes e algoz dos que o proporcionaram chegar onde está? A melhor compreensão para o fato é uma única questão: “O que torna um indivíduo apto para sobreviver no meio social?”, e indo mais além questiona-se, “Será que este senhor está apto ao convívio social e capacitado ao posto que ocupa?”
Compreendamos...

O pensamento não se exprime na palavra, mas nela se realiza”
(Vigotski, 2001, p.409)

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